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Olá… hoje vou compartilhar com vocês profissionais de estética como avaliar as OLHEIRAS. Você sabe como fazer uma avaliação e obter melhores resultados?

Se trata de um artigo com toda a referencia bibliográfica para que você possa depois fazer mais pesquisa para aumentar seu conhecimento. Então vamos ao artigo da Professora Fernanda Naomi.

Existem três tipos de olheiras, que são tecnicamente chamadas de “hipercromias periorbitais”, diferenciadas entre si pelo agente causal do escurecimento da área dos olhos. São elas:

1) hipercromias periorbitais genéticas;

2) hipercromias periorbitais pela pigmentação excessiva no local;

3) hipercromias periorbitais vascular.

  • hipercromias periorbitais genéticas: algumas culturas possuem constitucionalmente, cabelos e pele muito escuras, incluindo a área dos olhos, que podem apresentar este quadro desde a infância, quando, teoricamente, nenhum outro fator poderia justiçar a presença das olheiras a não ser o fator genético. É descrita na literatura como hipercromia idiopática cutânea primária, decorrente da deposição de melanina na derme e epiderme de penetração variável2. Para este reconhecimento, um único questionamento constante na ficha de anamnese será o suficiente: há quanto tempo percebe a presença da afecção? As clientes com este tipo de olheiras responderão, certamente, que o acometimento sempre esteve presente ou que desde a sua infância possui olheiras. É comum o relato de que elas podem ser notadas em suas fotos de bebê ou criança. Este é o único tipo de olheiras em que qualquer terapêutica parece não apresentar bons resultados, pois a questão constitucional está presente e não deixará de existir com nenhum tratamento que seja aplicado.

  • hipercromias periorbitais pela pigmentação excessiva no local: o escurecimento da área do olhos neste tipo é causado pela hiperpigmentação cutânea e pode estar presente somente nas pálpebras inferiores ou acometer as pálpebras superiores e inferiores. De forma generalizada, o aumento da produção da melanina (pigmento que dá cor à pele), é decorrente da exposição ao sol1, principal agente causador das melanodermias. Pela residência em um país tropical, temos grande incidência dos raios solares diariamente sobre os indivíduos, além da rotina de exposição voluntária ao sol para prática de atividades físicas ao ar livre ou lazer. Mesmo com a recomendação clara do uso diário do filtro solar como medida para evitar o câncer de pele e envelhecimento precoce, temos múltiplos fatores que impedem que a fotoproteção seja feita ou, quando feita, que seja realmente eficaz, como por exemplo, a aplicação de filtro solar sobre as pálpebras superiores e inferiores que não parece ser feita, tanto porque alguns produtos sensibilizam os olhos, podendo gerar ardência e vermelhidão local, quanto por desinformação a respeito dos cuidados específicos com esta área, já que a maior parte das recomendações profissionais são pela utilização de produtos tensores ou anti-aging. Além disso, nos casos em que o filtro solar é aplicado, parece não haver a reaplicação do produto a cada 2 horas, como recomendado pelos fabricantes dos produtos perante os resultados de testes em laboratório. Finalmente, pensando no atendimento de clientes com faixa etária a partir de 35-40 anos, é necessário lembrar que a cultura dos anos 80 e 90 preconizava peles extremamente bronzeadas como sinônimo de beleza e saúde, sendo que houve grande abuso da exposição ao sol potencializada pela utilização de agentes que, acreditava-se, acelerar a pigmentação cutânea como urucum e óleo para bronzear, contribuindo não só para maior pigmentação da pele como para o envelhecimento precoce da área dos olhos.

Dentre tantos fatores que são responsabilizados como contribuintes à formação das olheiras, cita-se ainda, dentre tantos, a gestação e amamentação, desordens da tireóide2,4, estrógeno e progesterona endógeno ou exógeno, alguns medicamentos que contém em sua composição arsênico, fenotiazinas, fenitoína2; além das hipercromias pós-inflamatórias decorrentes de dermatites atópica, alérgica ou por fricção excessiva1,2. A desidratação associada à carência de tecido subcutâneo dá um tom azul-sobreado2.

Para determinação deste tipo de olheira, é necessário realizar uma tração sobre a(s) pálpebra(s) em todas as direções com objetivo de mobilizar a pele palpebral observando suas características durante o movimento. A pele pigmentada, tanto da área dos olhos quanto de outras áreas faciais e corporais, mantém-se com aspecto manchado mesmo quando movimentada. Ao repuxar a pele palpebral em todas as direções, é possível verificar o tecido hipercrômico sendo movimentado para todas as direções sem que haja clareamento das olheiras como acontece nas hipercromias circulatórias descritas adiante.

  • hipercromias periobitais vasculares: a área dos olhos é uma região ricamente vascularizada e associada à fina camada cutânea presente nas pálpebras, permite a visualização dos vasos e músculo orbicular1. A vascularização da área dos olhos é proveniente de vários vasos como ramificações da artéria facial e artéria temporal superficial. A drenagem linfática local direciona-se aos linfonodos parotídeos e alguma parte da drenagem medial do olho segue para os linfonodos submandibulares1. A pele palpebral é a mais fina do corpo, com apenas 0,4mm de espessura contra 1,6 da região palmoplantar, sendo evidente a transição da pele das pálpebras para as demais regiões faciais1. O quadro de escurecimento local pode ser agravado nos casos de choro, tabagismo, etilismo1, doenças agudas da face, estresse, falta de sono e desidratação. A rinite promove olheiras pela alteração da drenagem venosa local, devido edema prolongado das mucosas nasal e paranasal2.

Descendentes de turcos, árabes, hindus e ibéricos, que tão comumente relatam a afecção, enquadram-se neste perfil.

Para anamnese deste tipo de olheiras é necessário realizar a tração cutânea das pálpebras para analisar o aspecto local após a tensão. Neste tipo de olheira, verificamos que o escurecimento local superficial some com o estiramento da pele, pois ela não está pigmentada e sim, a rica vascularização abaixo da pele confere coloração escura ao local.

Neste caso, é necessário trabalhar com drenagem linfática manual, massagem local e recursos que promovam o aumento da vascularização como medida para diminuição da estase circulatória. As compressas frias e cuidados com a saúde, de forma mais ampla, também contribuirá para o sucesso do tratamento.

Bibliografia:
  1. Souza, Daniela Moraes et al.. Hiperpigmentação Periorbital. Surgical & Cosmetic Dermatology, vol.3, núm.3, 2011.
  2. Cymrot Cymbalista, Natalia; Garcia, Renato; Bechara, Samir Jacob. Classificação etiopatogênica de olheiras e preenchimento com ácido hialurônico: descrição de uma nova técnica utilizando cânula. Surgical & Cosmetic Dermatology, vol. 4, núm. 4, octubre-diciembre, 2012, pp. 315-321. Sociedade Brasileira de Dermatologia.
  3. Lüdtke, Cristiane et al. Perfil epidemiológico dos pacientes com hipercromia periorbital em um centro de referência de dermatologia do sul do Brasil. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
  4. Teixeira, Viviane et al. Tratamento da hipercromia cutânea idiopática da região orbital com Erbium Laser: uma avaliação retrospectiva, Arquivos Catarinenses de Medicina – Volume 36 – Suplemento 01 – 2007.
Fonte: Artigo Profª Fernanda Naomi – Fisioterapeuta Dermatofuncional.

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Gratidão !!! Uma excelente semana.

Luciana Marques


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