Olá…. hoje vamos estudar um pouco sobre o ENVELHECIMENTO!!!!
Preparei um artigo com bastante informações sobre o processo do envelhecimento do corpo humano. É muito importante entendermos esses processos, somente assim conseguimos criar programas de tratamentos estéticos eficazes para cada idade. E assim cada idade pode ter seus programas de tratamentos personalizados.
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O Envelhecimento.
A partir dos 40 anos, a estatura diminui cerca de 1cm por década. Essa perda deve-se à redução dos arcos dos pés, aumento da curvatura da coluna vertebral, além da diminuição do diâmetro dos discos intervertebrais. Os diâmetros da caixa torácica e do crânio tendem a aumentar com o envelhecimento. Há também crescimento do nariz e das orelhas, dando a conformação típica facial do idoso.
PELE.
A epiderme é formada puramente de células, enquanto a derme é constituída por tecido conjuntivo que contém fibras colágenas e elásticas que dão elasticidade e firmeza à pele. Com o envelhecimento, essas fibras alteram-se e a elastina torna-se porosa, perdendo, assim, a elasticidade e dando o aspecto da pele do idoso, evidenciado pelas rugas. As espessuras da pele e do subcutâneo diminuem, os vasos sangüíneos rompem-se com facilidade, propiciando o aparecimento de equimoses aos menores traumas e predispondo a hipotermia em condições ambientais de grande resfriamento.
São também comuns manchas salientes e escuras, conhecidas como queratose seborréica. Essas alterações são intensificadas nas áreas de pele expostas a luz.
A pálpebra inferior tende a ficar com formato de bolsa, por apresentar edema juntamente com herniação de gordura.
As glândulas sudoríparas e sebáceas diminuem sua atividade, resultando em pele seca e áspera, mais sujeita às infecções e mais sensível às variações de temperatura. Há diminuição da regulação térmica pela menor sudorese, o que pode levar ao choque térmico em situações de grande aquecimento.
O número de melanócitos reduz, o que resulta em palidez da pele do idoso e também sofrem alterações no seu funcionamento em certas regiões como face e dorso da mão, levando à formação de manchas hiperpigmentadas, marrons, lisas e achatadas.
Há diminuição do numero de pêlos, exceto em algumas regiões como narinas, orelhas e sobrancelhas.
As unhas do idoso tornam-se opacas, frágeis, finas e sem brilho. Apresentam diminuição da velocidade de crescimento, a partir da terceira década.
Visão
A visão constitui um sentido primordial para o ser humano, várias estruturas do olho mudam mediante os processos naturais de envelhecimento:
A córnea sofre uma alteração que a torna mais espessa, podendo perder sensibilidade diante de estímulo ambiente.
A íris, estrutura pigmentada que se encontra entre a córnea e o cristalino, sofre perda na sua pigmentação.
Sistema Ósseo
O pico de massa óssea é alcançado entre 30 e 40 anos de idade, sendo maior nos homens do que nas mulheres. Alguns anos após esse pico, começa a ocorrer perda progressiva de massa óssea, que é de aproximadamente 3,3% ao ano em homens e de 1% ao ano em mulheres.
Nas mulheres, após a menopausa, essa perda aumenta em até dez vezes.
Sistemas articular e muscular
No músculo, há perda de massa muscular com diminuição do peso, da área de secção transversal e do número de células. Muitas células atrofiam e morrem; outras são substituídas por tecido adiposo e conjuntivo, ocorrendo um aumento do tecido adiposo e do colágeno intersticial na musculatura do idoso. No tendão, há aumento do comprimento e diminuição da área de secção transversal, o que induz uma redução da resistência tendinosa com o aumento da idade.
A perda de células musculares com a idade depende do grau de atividade física que o indivíduo exerce, de seu estado nutricional e do aspecto hereditário. Os diferentes músculos sofrem o processo de atrofia de modo diferente no mesmo indivíduo. Os músculos que se usam menos atrofiam-se mais.
A esse declínio muscular relacionado à idade designa-se sarcopenia, termo que denota o complexo processo do envelhecimento muscular associado à diminuição da massa, da força, e da velocidade de contração.
Sistema nervoso
As alterações mais importantes do envelhecimento ocorrem no cérebro. O cérebro diminui de volume e peso. Nota-se ema redução de 5% aos 70 anos e cerca de 20% aos 90 anos de idade.
A redução da massa encefálica está associada à perda neuronal, que não é uniforme em todas as áreas cerebrais. Essa perda ocorre especialmente no córtex dos giros pré-centrais, que é a área motora voluntária, giros temporais e também no córtex do cerebelo.
São relatadas também outras alterações desse sistema, como diminuição de catecolaminas e dopamina, redução dos reflexos posturais e redução da fase 4 do sono, que acarreta alterações como: esquecimento benigno, marcha senil e o despertar precoce, respectivamente.
Sistema cardiovascular
As principais alterações cardiovasculares associadas ao envelhecimento ocorrem no miocárdio, no nó sino-atrial, nas valvas cardíacas e vasos sangüíneos, caracterizando modificações tanto de ordem anatômica quanto funcional.
Vasos Sangüíneos
O aumento da rigidez arterial e conseqüente aumento da pós-carga pode ser considerado o principal marcador do envelhecimento do aparelho circulatório. O aumento da pós-carga repercute no aumento da pressão arterial sistólica, desencadeando uma série de modificações anatômicas no coração, como: hipertrofia ventricular esquerda, aumento do átrio esquerdo e alterações funcionais como a diminuição do enchimento ventricular no início da diástole e diminuição da distensibilidade do ventrículo esquerdo.
A aorta encontra-se habitualmente dilatada, com espessamento de sua camada íntima. Esse espessamento é observado mesmo em populações com baixa incidência de aterosclerose e é acompanhado pela dilatação da luz e redução da complacência ou distensibilidade dos vasos.
As outras artérias do corpo são também acometidas pelos mesmos processos arterioscleróticos, reduzindo, em maior ou menor grau, a luz do vaso. As artérias carótidas, as renais, assim como as coronárias, estreitam-se com o envelhecimento, sendo esse processo mais intenso no homem do que na mulher.
Miocárdio
Contrariamente ao que ocorre em outros órgãos, o processo de envelhecimento no miocárdio ocasiona um aumento do tamanho do coração e da espessura do ventrículo esquerdo. Isso ocorre em decorrência do aumento do tamanho dos miócitos e aumento do colágeno intercelular, apesar da redução do número de miócitos. A perda de miócitos é substituída por tecido fibroso e pode ser devida à perda de capilares da parede cardíaca.
Determinadas alterações anatômicas que estão ligadas a senescência são: o acúmulo de gordura, principalmente nos átrios e septo intercavitário; a fibrose disseminada não dependente de coronariopatias; calcificação do miocárdio e amiloidose senil.
Sistema respiratório
As alterações determinadas pelo envelhecimento afetam desde os mecanismos de controle até as estruturas pulmonares e extra-pulmonares que participam do processo de respiração.
Regulação da ventilação
Com o envelhecimento, verifica-se uma alteração no controle da ventilação pulmonar. É observada uma menor resposta da freqüência respiratória às variações de PaO2, PCO2 e do pH sangüuíneo. Assim, a PaO2 cai a 40 mmHg, a ventilação aumenta cerca de cinco vezes no jovem, porém, bem menos no idoso. O mesmo se verifica em relação à elevação da freqüência cardíaca e da pressão arterial na hipoxemia, que é menor no idoso em relação ao jovem. Essas alterações tornam a pessoa idosa mais propensa a apresentar modificações da ventilação quando se associam afecções do sistema nervoso central ou drogas depressoras da respiração.
Modificações estruturais do sistema respiratório
O processo de envelhecimento causa uma série de alterações fisiológicas que acometem a caixa torácica, os pulmões e a musculatura respiratória, acarretando prejuízo à função pulmonar de caráter variável e dependente de fatores endógenos exógenos.
Modificações torácicas
O envelhecimento modifica a constituição e forma do tórax. Observam-se redução da densidade óssea e conseqüente redução e achatamento das vértebras; redução dos discos intervertebrais; calcificação das cartilagens costais e das articulações costo-esternais. Essas modificações determinam o enrijecimento da caixa torácica, tornando mais importante a ação da musculatura abdominal e diafragmática na ventilação.
O achatamento da coluna vertebral e conseqüente cifose torácica, mais evidente no gênero feminino, determina um aumento do diâmetro antero-posterior e redução do diâmetro transverso, o que caracteriza o tórax senil.
A musculatura da respiração enfraquece com o progredir da idade, assim como os músculos esqueléticos em geral, o que, somado ao enrijecimento da parede torácica, resulta na redução das pressões máximas inspiratórias e expiratórias com um grau de dificuldade maior para executar a dinâmica respiratória.
O único músculo que parece não costuma ser afetado pelo envelhecimento é o diafragma que, no idoso, apresenta a mesma massa muscular que indivíduos mais jovens.
Vias aéreas e pulmões
A via aérea extra-pulmonar, que corresponde à traquéia e a sua bifurcação, torna-se mais rígida por calcificações e aumenta de diâmetro, resultando em aumento do espaço morto. As vias pulmonares, principalmente as de menor calibre, tornam-se mais frouxas, colabando-se facilmente, contribuindo para o aumento do volume residual.
Os bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos tornam-se progressivamente maiores, com predomínio do aumento dos ductos, “ductoectasia”, diferenciando esse processo do enfisema24. Essa dilatação causa compressão e redução do volume alveolar e tem como conseqüência redução da superfície alveolar de 75m2 aos 30 anos para 60m2 aos 75 anos de idade.
Nos pulmões, observa-se redução de peso de aproximadamente 20% entre os 30 e os 80 anos. Sua complacência encontra-se reduzida. A menor força de retraimento pulmonar e menor capacidade de expansão torácica acabam por determinar menor pressão negativa intrapleural e conseqüente menor distensão dos alvéolos e pequenas vias aéreas.
Função Pulmonar
O envelhecimento no sistema respiratório acaba resultando na redução da reserva fisiológica respiratória que se traduz pelas seguintes alterações:
a) o espaço morto anatômico aumenta, comprometendo a eficiência das trocas gasosas, elevando o vv corrente (VC) encontra-se levemente diminuído ou normal em repouso;
b) a capacidade vital diminui 20mL/ano;
c) a capacidade residual funcional (CRF) e o volume residual (VR) aumentam, enquanto a capacidade pulmonar total (CPT) e o volume corrente (VC) pouco se alteram;
d) a capacidade vital forçada (CVF) e o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) reduzem-se, assim como ao relação VEF1/CVF (índice de Tiffeneau);
e) ventilação voluntária máxima diminui;
f) pico de fluxo expiratório (peak flow) diminui;
f) o fluxo expiratório forçado entre 25 e 75% da capacidade vital diminui.
As alterações citadas podem ser atribuídas à redução da pressão de recolhimento, secundária à redução da elasticidade pulmonar e da complacência torácica, com conseqüente colabamento e fechamento precoce das vias aéreas durante a expiração normal e, principalmente, forçada.
A ventilação alveolar e perfusão capilar também são afetadas no idoso. Nota-se uma redução de ambas, com queda progressiva na pressão parcial de oxigênio no sangue arterial, que ocorre com o avançar da idade.
A pressão parcial de oxigênio no sangue arterial varia conforme a idade e pode ser calculada por meio da fórmula(PaO2 normal = 100 (idade (anos) x 0,3)
A pressão parcial de O2 no sangue arterial do adulto jovem é de aproximadamente 99mmHg. Após os 30 anos cai cerca de 4mmHg por década e, assim, aos 70 anos encontra-se ao redor de 75-80mmHg. Por esse motivo, a presença de pneumopatias no idoso facilmente desencadeia graves hipoxemias.
A pressão parcial de CO2 no sangue arterial não se altera com o envelhecimento, permanece em torno de 40mmHg e é praticamente igual à do ar alveolar, já que esse gás é cerca de 20 vezes mais difusível que o oxigênio.
A difusão alvéolo-capilar diminui a partir dos 40 anos de idade em conseqüência das alterações da ventilação alveolar e da perfusão capilar, da redução da superfície de trocas gasosas e ao aumento do tecido conectivo intersticial.
A capacidade do corpo em transportar oxigênio para os tecidos (VOmáx) também reduz com a idade6.
A redução da sensibilidade do centro respiratório, a hipóxia ou a hipercapnia diminui a resposta ventilatória nos casos de infecções, agravamentos de obstrução de vias aéreas ou insuficiência cardíaca.
As alterações relacionadas com o envelhecimento afetam de modo generalizado o sistema respiratório, por meio de componentes restritivo, obstrutivo e difusional; entretanto, em indivíduos sadios, isso não compromete a vida diária.
Mecanismos de defesa pulmonar
O reflexo da tosse encontra-se reduzido, traduzindo-se em menor efetividade para eliminar partículas e secreções nas vias aéreas e aumentando a incidência de aspiração brônquica. O clareamento realizado pelo aparelho mucociliar encontra-se reduzido, decorrente da atrofia do epitélio colunar ciliado e das glândulas da mucosa brônquica. Além disso, há alteração na qualidade e propriedades visco-elásticas do muco secretado.
Sistema digestório.
O sistema digestório, assim como os demais sistemas, sofre modificações estruturais e funcionais com o envelhecimento. As alterações ocorrem em todo trato gastrintestinal da boca ao reto.
Boca
A perda de dentes não é uma conseqüência inevitável do envelhecimento. Sem dúvida, as alterações involutivas que atingem com freqüência os tecidos da cavidade bucal do idoso geram menor capacidade de sustentação e menor eficiência da defesa imunitária da cavidade oral, possivelmente facilitando a maior proliferação bacteriana e conseqüente agressão ao aparelho periodontal.
As alterações involutivas determinam atrofia e perda de elasticidade que vão desde a mucosa, passando pelos tecidos subjacentes e de sustentação, pelas estruturas musculares, até alcançar as estruturas ósseas.
Não são observadas alterações na função mastigatória com o envelhecimento. Uma dentição estável e a falta de problemas médicos que afetem a produção salivar ou o paladar resultam na manutenção dessa função.
Saúde bucal deteriorada, com perda de dentes, pode ser um fator etiológico para comprometimento do estado nutricional e perda de peso no idoso. Pequenas alterações na percepção dos sabores podem ocorrer como resultado da atrofia das papilas linguais.
Esôfago
Com o envelhecimento, a musculatura lisa pouco se altera, porém, há uma importante e progressiva redução de sua inervação intrínseca. Essa alteração é a maior responsável pelas modificações da motilidade observadas no idoso.
O conjunto de alterações observadas foi denominado presbiesôfago e inclui: aumento da freqüência de contrações terciárias (não propulsivas), a presença de aperistalse e distúrbios funcionais do esfíncter esofágico superior e inferior. O presbiesôfago é a principal causa da disfagia esofágica e caracteriza-se por menor amplitude de contrações peristálticas síncronas que conduzem o alimento e pela presença de contrações assíncronas que dificultam a progressão.
O presbiesôfago e os episódios de refluxo gastroesofágico com duração mais prolongada tornam o deglutir do idoso dificultado, com atraso no seu esvaziamento, aumentando o risco de aspirações.
Estômago
Tem-se notado também um declínio na produção da secreção ácida do estômago, secundário à diminuição do número de células parietais, relacionado com a atrofia gástrica.
A acloridria aumenta com a idade e é observada em mais de 20% dos indivíduos com mais de 70 anos. Pode ocorrer deficiência de ferro como conseqüência da acloridria, já que a absorção desse íon necessita de meio ácido. É possível que a atrofia gástrica, a metaplasia e a neoplasia gástrica estejam relacionados ao H. pylorii e não esteja presente em idosos completamente saudáveis. A prevalência da colonização por essa bactéria é maior nas fases mais avançadas da vida, podendo chegar a 75%.
O tempo de esvaziamento gástrico encontra-se discreta a moderadamente aumentado, podendo prejudicar a digestão e interferir na absorção de medicamentos.
Pâncreas
O pâncreas sofre alterações tanto estruturais quanto funcionais com o envelhecimento. Seu peso reduz-se de uma média de 60 ± 20g para menos de 40g na nona década de vida. Há redução da capacidade de secreção de lipase e de bicarbonato, com manutenção da reserva funcional pancreática, que parece estar associada com a tolerância reduzida para refeições ricas em lipídios e dificuldade na absorção de vitaminas lipossolúveis.
É também descrita redução de secreção de insulina.
Fígado e vesícula biliar
O fígado sofre com os efeitos do envelhecimento, especialmente nos que interferem com a metabolização de medicações. O peso do fígado reduz de 2,5% do peso corporal total, num homem jovem, para 1,6% num nonagenário, assim como seu fluxo sanguínea.
É descrita redução de 5 a 30% na capacidade global do fígado de metabolizar drogas com o envelhecimento. O menor fluxo hepático também interfere nessa redução de metabolização de medicamentos.
A vesícula biliar tem seu esvaziamento dificultado com o processo de envelhecimento. É descrito aumento do colesterol contido na bile, assim como uma alta prevalência de cálculos de via biliar em indivíduos octogenários.
Intestino delgado
É um órgão ainda pouco estudado no que se refere às alterações do envelhecimento. É descrita redução da superfície mucosa, das vilosidades intestinais e do fluxo esplâncnico entre 40 e 50%. O tempo de trânsito intestinal, a função absortiva para açúcares e proteínas não apresentam alterações significativas.
A absorção de lipídios apresenta-se discretamente reduzida, especialmente em situações de sobrecarga, e parece estar relacionada à redução de secreção de lipase e sais biliares e capacidade reduzida de formação de triglicérides pela mucosa.
Reto e ânus
As alterações intrínsecas ao envelhecimento dessa região predispõem a incontinência fecal, que não é parte do processo de senescência. Na musculatura do esfíncter exterior, são observadas alterações com espessamento e alterações do colágeno e redução de força muscular, que diminuem a capacidade de retenção fecal volumosa. A isso se acrescem alterações de elasticidade retal e da sensibilidade à sua distensão, que foram descritos em alguns estudos, mas não confirmados por outros.
Sistema genital feminino
As alterações decorrentes do processo de envelhecimento no gênero feminino estão intimamente ligadas ao hipoestrogenismo e iniciam-se após a instalação da menopausa.
A diminuição da produção hormonal ovariana, principalmente de estrógeno, acompanhada de várias conseqüências no organismo das mulheres idosas. No sistema genital as mais importantes alterações são:
a) atrofia de útero, trompas e ovário;
b) atrofia da vagina e da genitália externa, com adelgaçamento e ressecamento de vulva e parede vaginal; diminuição de secreção glândular e de lubrificação vaginal; perda de bacilos protetores de Döderlein com alteração de pH e redução de fluxo sangüíneo local. Essas alterações em conjunto ocasionam secura vaginal e favorecem surgimento de dor e traumas às relações sexuais e predispõem às infecções genito-urinárias;
c) atrofia da uretra, com enfraquecimento da musculatura pélvica associado à perda de elasticidade uretral e de colo vesical favorecem o aumento de freqüência e urgência urinária e incontinência urinária de esforço;
d) atrofia e perda de elasticidade do sistema de sustentação do soalho pélvico com enfraquecimento da musculatura pélvica e redução do colágeno dos ligamentos facilitando prolapso genital;
e) redução da libido.
As glândulas mamárias atrofiam-se e são substituídas por tecido adiposo, tornando-as menos firmes, pendentes e flácidas, por enfraquecimento dos ligamentos de sustentação.
Sistema genital masculino
As alterações do envelhecimento nos órgãos genitais masculinos são menos evidentes do que no gênero feminino.
Os testículos, embora mantenham seu peso e tamanho, apresentam redução na função das células da parede do túbulo seminífero envolvidas na produção e nutrição dos gametas, o número de espermatozóides caem pela metade, no entanto, a fertilidade, freqüentemente, perdura até o extremo da vida. Observa-se redução gradual na produção de testosterona pelas células intersticiais sem, no entanto, ultrapassar os limites da normalidade.
A redução dos níveis desse hormônio reflete-se na diminuição da força muscular.
Observa-se um aumento de peso e tamanho prostático com o envelhecimento, que se deve à expansão da região da próstata em torno da uretra. Esse aumento pode tornar difícil a micção.
Há substituição de fibras musculares por tecido fibroso, com redução na produção de líquido prostático que se inicia após a quinta década. As glândulas seminais também se atrofiam e têm sua musculatura substituída por tecido conjuntivo.
O pênis tem seu tecido erétil alterado, com perda de elasticidade e alteração de arteríolas dos corpos cavernosos, resultando em dificuldades no mecanismo de ereção.
Sistema urinário
O rim
O rim sofre modificações no seu peso de 50g no nascimento até a fase adulta, que varia de 230 a 250g, que é proporcional à área corporal do indivíduo.
A partir da quarta década, inicia-se o processo do envelhecimento renal, com diminuição do seu peso, que pode atingir cerca de 180g, reduzindo a área de filtração glomerular e, conseqüentemente, das suas funções fisiológicas, por meio da redução do ritmo de filtração glomerular, clinicamente quantificado pela depuração da creatinina endógena. Essa perda de massa renal é mais pronunciada no córtex do que na medula e ocorre de modo heterogêneo, afetando em graus diferentes de atrofia, esclerose e hiperplasia dos vasos, glomérulos, túbulos e interstício.
A conseqüência dessa heterogenicidade é uma perda renal funcional que não leva à falência do órgão.
Bexiga e uretra
O envelhecimento da bexiga e da uretra pode resultar no desarranjo do delicado equilíbrio entre os músculos estriados (voluntários) e lisos (autonômico), controlado pela ação simpática responsável pelo relaxamento e capacidade de armazenamento vesical e parassimpático com ação predominante na contração da bexiga e expulsão da urina.
Morfologicamente, ocorre deposição de colágeno entre as camadas da musculatura do detrusor, hiperreatividade do mesmo e progressiva esclerose da vasa vasorum, cuja conseqüência é a denervação da bexiga. A musculatura torna-se mais fraca, com redução de força de contração e é notada menor dilatação da bexiga, com capacidade de reter somente cerca de 250mL de urina, ou seja, metade da capacidade do jovem (600mL). Como há redução de força de contração, a bexiga sempre retém cerca de 100mL após a micção.
No jovem, quando a bexiga está cheia até a metade, os receptores da parede vesical já são ativados e avisam o sistema nervoso sobre a necessidade de urinar. No idoso, por alterações no sistema nervoso e nos receptores da bexiga, isso só ocorre quando está totalmente cheia, assim, ocorre urgência urinária. Como o esfíncter externo da uretra e musculatura do soalho pélvico também estão fracos, pode ocorrer urgência e perda urinária e, em certas situações, como tosse, incontinência de esforço.
Sistema hematopoiético
A massa celular da medula óssea diminui, sendo substituída por tecido adiposo e fibrótico. A celularidade da medula óssea que, ao nascimento, é de 80 a 100%, decresce a 50% na terceira década de vida e a 30% ao redor de 65 anos de idade.
O nível da hemoglobina declina com a idade. Em uma população idosa saudável, esse decréscimo pode ser de 0,06g/L a 0,6g/L ao ano, sendo conveniente considerar normais níveis de hemoglobina mais baixos para esse grupo (11g% de 65 a 74 anos e 10g% acima de 75 anos).
A duração máxima de via do glóbulo vermelho, o turnover do ferro e o volume de sangue circulante não se modificam com a idade, embora a resposta hematopoiética à flebotomia ou à hipóxia é mais lenta e menos intensa nos idosos.
Fatores extrínsecos à medula, como estresse, estado nutricional e doenças, interferem de modo sensível na manutenção da homeostase. O estado nutricional do idoso tem importância fundamental na manutenção do equilíbrio homeostático. Deficiências de aporte de nutrientes essenciais como ferro, ácido fólico e outras vitaminas podem resultar em vários distúrbios/doenças orgânicas e afetar diretamente a hematopoiese.
Sistema endócrino
Uma das teorias do envelhecimento é a neuro-endócrina, que sugere a presença de um marca-passo central que induziria a falência do sistema endócrino. Essa teoria baseia-se na observação de alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas (diminuição de massa óssea, diminuição de massa muscular, hipertensão arterial) desenvolvidas em jovens portadores de doenças endócrinas (osteoporose, hipogonadismo, diminuição da secreção de hormônio do crescimento) que se assemelham às alterações encontradas em idosos “sem doenças”. O declínio da secreção espontânea dos hormônios do crescimento e sexuais é freqüentemente referido como somatopausa, menopausa e andropausa.
Alterações hormonais das glândulas endócrinas
Hipófise
A hipófise produz, armazena e secreta vários hormônios, que têm sua função alterada com o envelhecimento.
O hormônio do crescimento (GH) desempenha um papel importante no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas e estimula crescimento tecidual por meio do IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina) e é fundamental na manutenção da composição corpórea. Os idosos apresentam produção de GH e resposta ao hormônio de liberação do hormônio do crescimento (GnRH) reduzidas a partir da terceira década, redução de cerca de 14% por década, juntamente com a redução do IGF-16. As manifestações da deficiência de GH nos adultos podem traduzir-se por aumento na prevalência de arteriosclerose, comprometimento da função cardíaca e da capacidade de exercício e aumento da mortalidade cardiovascular. Freqüentemente observam-se queixas de fadiga, letargia e diminuição da sensação de bem-estar. Esses sinais e sintomas podem estar presentes no grupo de “idosos normais” de faixa etária mais avançada.
O hormônio antidiurético, produzido pelo hipotálamo e armazenado na hipófise posterior, tem grande importância na manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e tem sua secreção aumentada com o envelhecimento, o que pode contribuir para a predisposição a hiponatremia observada nos idosos.
Quanto à produção de prolactina, há controvérsias. Alguns estudos admitem aumento da sua produção, enquanto outros referem que este permanece inalterado. O que parece estar definitivamente provado é a queda da pulsatilidade noturna de sua secreção.
Eixo hipófise-córtex-supra-renal
O efeito do envelhecimento na resposta do córtex adrenal ao hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) é controvertido. Sob condições de equilíbrio, a hipófise mantém os níveis plasmáticos de ACTH inalterados, mesmo em idades avançadas. A resposta de liberação de ACTH frente ao estresse, tipicamente caracterizado por aumento da secreção desse hormônio pela hipófise e correspondente secreção de glicocorticóide pelo córtex adrenal, também permanece inalterada em relação a ele6. A secreção do cortisol permaneceria normal nos idosos.
Contrariamente, refere-se que a secreção de glicocorticóide e a reserva cortical estariam diminuídas na velhice. Não há discordância no que se refere ao retardo no feedback negativo. Haveria necessidade de alta concentração de glicocorticóide no sangue para produzir-se efeito inibidor da secreção de hormônio de liberação da corticotrofina (CRH) e ACTH, sugerindo sensibilidade diminuída do hipotálamo diante do cortisol circulante6.
Em contraposição aos glicocorticóides, a secreção e níveis de hormônios androgênicos adrenais, que também são regulados pelo ACTH, reduzem com a idade em ambos os gêneros. A deidroepiandrosterona (DHEA) e seu ester sulfato (DHEA-S) reduzem a um terço do valor máximo aos 60 anos6.
A secreção e os níveis plasmáticos de aldosterona, o mais importante mineralocorticóide, estão também reduzidas nos idosos. Isso se deve à diminuição da secreção de renina e angiotensina pelos rins.
Eixo hipófise-tireóide
Com o envelhecimento, há diminuição de produção e secreção de T3 e T4, menor captação de iodo, redução da conversão periférica de T4 em T3 e conseqüente aumento de T3r (T3 reverso), porém, ainda em níveis normais3,34,48. Os níveis plasmáticos T3 total e livre encontram-se diminuídos, enquanto o T4 total e livre encontram-se normal.
Sistema sensorial
O envelhecimento ocasiona alterações otorrinolaringológicas em oftálmicas que podem interferir de forma significativa na qualidade de vida desses indivíduos.
Aspectos otorrinolaringológicos
A senescência, além de causar alterações morfológicas, afeta as funções auditivas e sensoriais (equilíbrio, olfação e gustação) .
Na orelha externa, observa-se redução do número de glândulas produtoras de cerúmen, levando ao ressecamento e à descamação da pele, propiciando o aparecimento de prurido. Além disso, o aumento do número de pêlos no conduto somado às alterações das cartilagens auriculares, que reduzem o diâmetro antero-posterior do conduto, propiciam a formação de rolhas de cera.
Na orelha média, podem ocorrer processos degenerativos nas articulações dos músculos martelo, bigorna e estribo, como calcificações e hialinização que, geralmente, não ocasionam perda auditiva. Nota-se atrofia do músculo do estribo e do tensor do tímpano, reduzindo a eficiência do mecanismo de proteção contra o trauma acústico. Pode também haver calcificação da cartilagem da tuba auditiva.
A orelha interna é a parte mais afetada pelo processo de envelhecimento, causando a presbiacusia, perda auditiva irreversível no idoso, geralmente bilateral.
Estima-se que 10 a 60% dos indivíduos com mais de 65 anos apresentem presbiacusia42. A presbiacusia pode ter várias origens:
a) sensorial: pela atrofia progressiva das células do órgão de Corti, afeta principalmente a percepção de sons agudos, a discriminação vocal usualmente está preservada. Parece ter caráter genético com deleção de DNA mitocondrial nas células ciliadas. b) neural: pela redução da população de neurônios cocleares. Essa degeneração neuronal pode estender-se da via auditiva até o sistema nervoso central. Manifesta-se clinicamente pela queixa de que o paciente ouve bem, mas não consegue entender as palavras.
c) vascular: a redução do fluxo sangüíneo para uma região da cóclea chamada estria vascular (região que nutre as células ciliadas da cóclea) causa alteração bioquímica na endolinfa, acúmulo de radicais livres levando a lesão celular e conseqüente perda auditiva em todas as freqüências.
d) condutiva coclear: decorre de alterações no ducto coclear, com enrijecimento da membrana basilar sobre a qual estão assentadas as células ciliadas. Há um prejuízo na percepção de sons agudos, sem alterações da discriminação vocal.
O sistema vestibular, que é um dos responsáveis pelo equilíbrio, sofre processo degenerativo ao longo do tempo. Observa-se uma redução de cerca de 40% no número coluna cervical o de células ciliadas do vestíbulo com concomitante redução de fibras do nervo vestibular. A atrofia cerebelar, a osteofitose (que altera o mecanismo proprioceptivo e pode reduzir o fluxo sanguíneo no território vértebro-basilar) e a redução da acuidade visual somados à degeneração vestibular afetam, de maneira significativa, o equilíbrio nos idosos.
Fonte: MultiEditora
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Namasté!
Luciana Marques.
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